quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Grande Tragédia

A maior tragédia que aconteceu na minha vida foi crescer. Esta foi a grande tristeza que me aconteceu. Ao contrário de todas as minhas amigas que queriam passar batom, usar salto alto, etc., eu sempre tive aversão à essas coisas. Enquanto eu era pequenininha, loirinha e de caixinhos nas pontinhas, tudo era maravilhoso, eu era realmente feliz. Aí, de repente lembro de amigas da minha avó dizendo: "Nossa! Tá uma moça!". Meu deus, isso prá mim era o pior xingamento que uma criança poderia escutar. Detestava adultos, sempre os achei chatos, seres bem diferentes de mim, pequena criança. As crianças sim eram boas pessoas. Não que algum adulto me tivesse feito algum mal, simplesmente sempre achei que as crianças davam de 1000 a 0 nos adultos. Tenho lembranças dos meus pais, tios e amigos dos meus pais que eu amava(e amo) de paixão, mas cada um no seu quadrado. Eles: adultos. Eu: criança. Nada de misturar as coisas. Como assim, EU, virar uma adulta tembém??? Que absurdo!!! Achava que minha infância iria durar para sempre. Aí, o inevitável aconteceu e, por uma ironia do destino, aos doze anos de idade eu já tinha 1,72m de altura, ninguém mais me via como criança... Queria brincar com meus primos e amigas mais novas mas morria de vergonha, afinal, as pessoas já achavam até que eu tinha 16 anos, imagine, uma velha!!!
Foi então que aconteceu a concretização de toda essa tragédia: fiquei mentruada. Para mim foi o prior momento que tenho lembrança, parece que eu estava morrendo um pouquinho, deixando de ser EU. Lembro do consolo da minha mãe: "Filha, olha que bom, você já pode ter filhos..." ?????????
Realmente, a única vantagem em crescer é poder ser mãe, esse semprefoi meu desejo maior. A melhor coisa que eu fazia enquanto criança era brincar de boneca. Tinha um Bebezinho da Estrela que eu realmente tratava como filha. A boneca embolorou e azedou de tanto que eu tentava dar Nescau na mamadeira para ela e dar banho no Bidê ( o corpinho dela era de pano, que insensibilidade da Estrela... E ai de quem pegasse minha boneca sem segurar a cabecinha direito!!! Seu nome era "Ana Caroline Poliana!" Coisas de criança... Qeuria ter pelo menos cinco filhos. Queria ter uma escolinha, uma creche, um berçário. Já que eu ia crescer mesmo, eu jurei que nunca iria deixar de ser criança, e sempre as teria por perto.
Realmente hoje em dia eu me dou muito melhor com as crianças que com os adultos.

Um comentário:

  1. Engraçado, eu também prefiro as crianças. E quanta saudades de fase. Um dia desses escrevi algo no dia das crianças. Oh momento mágico!

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