segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando tudo "degringolou" de vez!!!

Eram meados de abril de 2009. Eu, cinco meses após a separação, estava realmente começando a curtir a novamente a vida de solteira. Festas, churrascos, baladinhas, gatinhos (sem compromisso, só a parte boa), tranquilidade no trabalho e em casa. Incrível como o meu estado de espírito reflete no meu filhote. Terreno comprado em um lindo condomínio fechado perto do centro, com apenas 20 casas, campinho de futebol, parquinho e churrasqueira. Planta desenhada por mim mesma, com todos os detalhes que eu queria, perfeita, uma "casinha de bonecas". Espaço no quintal para uma piscininha e uma jabuticabeira. Pedreiro e cia a postos para começar as obras já em maio. Como diz a minha avó, "tudo azul com bolinhas cor-de-rosa". Até que...
Numa madrugada de domingo para segunda, mais precisamente às 5 hrs da manhã toca o telefone. O coração dispara de susto. Chamada à cobrar. Era a minha irmã. Justamente a minha irmã que sempre bebe um monte e se mete em roubadas. Desta vez a coisa era pior, não tava só bêbada e drogada na casa-de-sei-lá-quem. Tinha sido assaltada. Disse que os bandidos machucaram ela. Nunca vou me esquecer da voz dela pedindo a minha ajuda, tão frágil. Os bandidos tomaram o telefone dela e disseram que "pegaram" ela por engano, confundiram com a filha de um ricaço que queriam sequestrar. Como meu pai é conhece muita gente na polícia, preferiram ligar para mim, para não envolver a polícia. Me senti responsável, sabia que a vida dela estava em minhas mãos, estava disposta a fazer o que eles quizessem, e eles queriam r$5.000 para liberá-la sem ter prejuízo. Eu só conseguia pensar na voz dela me pedindo ajuda. Tudo o que eu precisava fazer era esperar até as 10:00hrs para o banco abrir, sacar o dinheiro e pronto! Mas eles não me deixavam parar de falar no telefone por mais de 30s, o tempo todo eu tinha que falar "certo, pai", caso contrário, gritavam e me aterrorizavam. Achei estranho mas, a voz dela me pedido ajuda... Não saía da minha mente! Concordei com tudo, porém disse que estava com uma criança dormindo em casa e que não queria que ele pecebece o que estava acontecendo. O cara disse para eu acordar meu filho e dizer que estava falando com meu chefe. O pavor era tanto que falei tudo o que ele me perguntou, contei sobre toda a minha vida. Acordei o meu filho e o deixei na escola às 6:50. Normalmente eu o deixo às 8:00. Como combinado, para não assusta-lo disse que estava falando com meu chefe... Mas a gente tem uma ligação incrível, desde muito pequenininho brinco dizendo que ele "lê" meus pensamentos. Ao descer do carro ele disse: "Tchau mãe, boa negociação".
Parei o carro em frente ao banco e fiquei vagando pelas redondezas enquantofalava com meu "pai" ao celular. Claro que eu já ouvira falar de falsos sequestros. Claro que eu estava desconfiada de que podia ser uma farsa. Mas neste caso era diferente! Eu havia falado com ela, não foi ninguém que falou "estamos com a sua irmã", foi ela própria quem me pediu socorro! Algumas vezes pedi para falar de novo com ela, falaram que logo logo. Não podia arriscar. Tentei ligar para a casa dela à cobrar de um telefone publico na esperança ela atender, ou outra pessoa entender o que estava havendo, mas como eles não me deixavam parar de falar, quando meu cunhado atendeu pensou que era trote e desligou. Então, com as mãos tremendo e o rosto já inchado de tanto chorar, consegui escrever um bilhete explicando o que estava acontecendo e pedindo para alguém ligar para o celular dela (não aceitava ligações à cobrar), entreguei a caixa de um farmácia. A pobre da moça se apavorou, entendeu que os sequestradores estavam lá fora me esperando. Me olhava e chorava, e eu chorava mais. Sempre falando no celular. Um balconista da farmácia telefonou para a minha irmã e ela atendeu! Estava no curso que ela fazia de manhã! Era um trote! Acho que abracei todo mundo e fui correndo para a casa da minha mãe, aí chorei mais e mais, por muuuuuuiiito tempo. Ainda mais porque algumas pessoas me olharam e ironicamente me perguntaram se eu não lia jornal. Se eu nunca ouvi falar de falsos sequestros, se como uma pessoa inteligente como eu havia caído num golpe destes, etc etc etc... Realmente, é fácil julgar os outros. Mas você nunca sabe como vai reagir numa situação extrema. O terror psicológico causa um bloqueio e você fica de mãos atadas. Sinto como a pior violência pela qual já pasei.
Então, logo depois disso, não consegui mais dormir direito. Qualquer barulho me assustava, acordava achando que tinha ladrão dentro de casa. Mesmo trocando o número, me apavora ouvir o telefone tocar. Às vezes deixo uma semana fora da tomada. Desisti do sobrado e comprei um apartamento com pantográficas nas janelas. Passei alguns meses sem sair de casa. Cheguei até a sair, mas no meio do caminho fazia a volta e vinha para casa chorando. Inventei mil desculpas para amigas para faltar a compromissos. Não fui mais à festas, a barzinhos, muito menos baladinhas. Acabei voltando a namorar com meu ex-marido, senti falta da sua segurança.
Já faz quase 6 meses que isso aconteceu, e sinto que aos poucos as coisas estão melhorando, até já consigo rir da única parte cômica desta hitória. Como naquela madrugada tive que me vestir no escuro, peguei a primeira roupa que vi pela frente e, era justamente uma calça que estava com a costura de trás inteira aberta, estava separa para consertar. Ou seja, naquelas horas em que "vaguei" pelas ruas, todo mundo viu a minha "zona do agrião". Nunca tive coragem de volta àquela farmácia para agradecer!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Z Z Z
Hoje estou meio de "saco cheio". Parece que nada vai acontecer, não tenho nada prá fazer, só quero que o dia passe. Dormi até às 13:50, aí pulei da cama e saí correndo feito uma louca, qerendo resolver tudo o que não fiz pela manhã. Aí páro e decido não fazer nada.
Minha rotina matinal está assim: acordo às 7:40, visto um roupão por cima do pijama e vou levar meu filhote para a escola. Volto voando para casa e me enfio debaixo das cobertas (ô! coisa boa...). Só que só saio de lá pos volta das 14:00hrs, já na correria porque deixei de fazer um monte de coisas. Estou escrevendo isso pq quero me lembrar de falar com o dr. Luis sobre o meu sono. Não sei se é irresponsabilidade, preguissa, "vadiagem", desânimo ou se a qualidade do meu sono não é boa, ou ainda se meu organismo necessita realmente de 12 horas de sono por dia... Sei que não queria dormir tanto, meu sono já me atrapalhou muito na vida. Já deixei de fazer muita coisa e perdi guandes oportunidades so para "dormir mais um pouquinho".

terça-feira, 13 de outubro de 2009


Então hoje eu fui no Dr. Luis. A consulta estava marcada para as 10:30. Às 11:30 a secretária avisou que ele havia telefonado dizendo que havia ligado da estrada, preso num engarrafamento, sem hora para chegar. Fazer o quê? Já tinha perdido a manhâ de trabalho, estava lá, precisava esperar. Pois bem, fui atendida às 14:30 (pior que SUS) e o Dr. me pareceu com pressa. Lógico, a sala de espera estava lotada, e eu cam tanta coisa prá dizer, acabei não dizendo quase nada. O Dr. me deu 15 dias de afastamento no trabalho. Ou isso vai ser muito bom, ou vai ser muito ruim. Vamos ver no que vai dar. Bom, o primeiro fruto deste meu descanso é esta imagem aí em cima, um quadro bem grandão que eu pintei hoje à tarde, meu primeiro dia longe daquele emprego sistemático que nada tem a ver comigo, ms que me dá casa, comida e roupa lavada...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

30 Metros de Altura



Lembrei de uma coisa engraçada. Quando criança, eu achava qua as pessoas nunca paravam de crescer. Não sabia que chegava uma idade em que teríamos a nossa altura definitiva, achava que crescíamos indefinidamente até morrer. Mas nunca tinha reparado que o meu pai era mais alto que o meu avô. Me lembro até hoje do meu espanto quando a minha mãe me falou que por volta dos 18 anos os adolescentes paravam de crescer. Imagine só, o meu querido avô, que vai completar 90 anos em 2010 poderia ter hoje 30 metros de altura!!! Infelizmente, eu não gostaria de chegar aos trinta metros de altura, aliás, acho que 30 anos já é vida de mais. Que dizer, com trita anos eu ainda tinha sonhos e planos, mas com 34. Noooooooosssssaaaaaa quanta diferença!!! A sensação que eu tenho é a de que eu morri. Minha alma morreu, mas sobrou algo, um cérebro que tem que carregar um corpo que é saudável e quer viver. A pessoa que habitava este corpo foi embora, a essênsia se foi, só sobrou uma mistura de elementos químicos que fazem esta máquina funcionar. A alma que habitava este corpo amava crianças, passear no parque, inventar todo o tipo de Arte e Artesanatos, assistir à filmes, ir ao Teatro, ler livros, ir para a praia, beber, dançar, conversar com as pessoas, brincar, praticar atividade física, até sexo, tinha mil planos, queria construir um sobrado super legal, com uma casa na árvore, dois cachorros, mais filhos, um marido que amasse, fazer um trabalho voluntário, montar uma pré-escola, estudar arquitetura, fazer uma exposição de quadros, morar no exterior, aprender línguas, nadar com golfinhos...etc,etc,etc...

Parece que ela morreu... Só sobrou algo sem vontade, sem expectativa, sem esperança. E o pior de tudo, com um tremendo remorso por se sentir assim, já que não aconteceu nenhuma tragédia. Tenho um filho maravilhoso, pais que me amam, avós idem, tenho emprego, apartamento, carro. Só não tenho "EU".


Ah! Foi mal, fui no psiquiatra dia 3, gostei dele, ele disse que é muito cedo para fazer qualquer diagnóstico, mas disse que dá para ver que eu estou muito muito muito estressada. Comecei a tomar Topiramato 25 mg 2x ao dia e continuo o citalopran, agora 10mg.

Prá completar a alegria ontem um carro entrou na contramão, na frente do meu e nos trombamos, ainda bem que o cinto de segurança existe. Ou não. Deus me perdôe. Fui na missa e não parava mais de chorar.