sábado, 15 de maio de 2010

Eu gostava...

Não gosto dessa vida. Não gosto mais de pessoas, acho todo mundo mal e egoísta. Não gosto das relações que existem entre elas. Não gosto do jeito como as coisas são. Não gosto mais de festas, não gosto de cumprimentar as pessoas. Não gosto de sair da cama , mas ODEIO a minha cama. Não gosto da minha casa, não gosto dos meus móveis, não gosto do meu banheiro nem da minha cozinha. Detesto a minha comida. Não gosto mais de ler, não gosto mais de fazer artesanato, não gosto mais de tinta. Não gosto mais de cuidar de criança, não tenho mais paciência. Não gosto do jeito como a minha família me trata e, olha que eles são super presentes, mas acho que já desistiram também. Coitados, devem estar cansados de fazer tudo por mim e sempre me ver reclamando da vida, não dando o retorno que eles merecem. Eu poderia ser e fazer o que quizesse da vida, mas não fiz NADA. Não gosto mais de cuidar de mim, não gosto da minha aparência, não gosto de fazer nenhuma atividade física. Este mês parei com o Taekwondo, não tava mais gostando. Não gosto de ir a parques, não gosto de ir a shoppings, não gosto de ir a lugar nenhum. E não gosto de ficar em casa. Não gosto mais de beber cerveja, de fumar, de comer doces... Não gosto mais de homens.
E ainda assim, queria muito o "colo" daquele desgraçado que fez isso com a minha vida, que me deixou desgostosa de tudo, porquê, há três meses, e achava que era a pessoa mais feliz do mundo. Fui de uma felicidade incrível a uma tristeza sem fim. Mas era tão bom ser feliz! E é tão duro descobrir que a vida é horrível, que nada é bom, e que eu vou me arrastar até o último dos meus dias, esperando minha hora chegar, porque, daqui, eu não gosto mais não. Deus que me perdôe, mas eu não gosto, não me encaixo nesse negócio de "viver". A única coisa boa que eu tenho, meu tesourinho,é o meu filho, uma criança maravilhosa que só tem a mim também. É por ele que eu ainda estou aqui, é por ele que eu estou procurando tratamento, mas, sabe, não sei se seria melhor para ele não ter uma mãe deprimida, desgostosa da vida, porque ele absorve muito o que eu sinto e tenho mito medo de estar fazendo mal para ele. Claro que eu estou. Fazendo mal prá pessoa que mais amo, porque não tenho ânimo para viver. E uma criança precisa de compania, de estímulo. Ah, meu Deus! Eu sempre fui uma mãe tão presente, tão amiga, "divertida"... Deus sempre proteja e cuide do meu anjinho.
Credo que pessoa horrível eu sou! Tenho tudo na mão, sempre tive tudo de mão beijada, meus pais sempre me deram tudo, muito mais que eu mereço, muito mais que quaisquer pais de quaisquer amigas minhas... E eu só reclamo. Que pessoa horrível! Que nojo! Porquê essa tristeza, essa eterna insatisfação? Porquê? Queria ser um animal, um cachorrinho, sei lá qualquer bichinho que não precisasse pensar, apenas seguir os instintos. Parece que eu não me encaixo em nada, tá tudo errado, vim parar no lugar errado, na vida errada. Perdão meu Deus, perdão...

Um comentário:

  1. Menina, tire esse absurdo da tua cabeça. As decepções fazem parte da vida, isso vai passar. Teu filho deve ser cuidado e protegido por você mesma, meu melhor amigo é orfão de mãe (matou-se após uma severa depressão) e isso devastou ele. Quem decide a hora de ir embora é o PAI(DEUS) e mais ninguém. CALMA, vai passar, busque tratamento e aos poucos retome o gosto pela vida, por você e pelo teu "tesourinho".
    FORÇA !!
    Já senti o mesmo que você quando meu casamento acabou, levou algum tempo, mas passou. Hoje já retomei o gosto por me divertir, e olha, eu nem queria sair da cama pouco tempo atrás....agora to reaprendendo a viver. siga o mesmo caminho, um dia por vez e tudo ficará bem.
    beijos

    ResponderExcluir